Em posse, novo ministro da Justiça diz que Lava Jato é programa de Estado, não de governo
Durante a posse do novo ministro, o presidente Michel Temer fez duro discurso criticando abuso de autoridade em clara referência às gravações "clandestinas" usadas no acordo de delação premiada de Joesley Batista.
"Vamos deixar o Judiciário trabalhar sossegado, o Legislativo trabalhar em paz e o Executivo, convenhamos, trabalhar em paz. Quantas e quantas vezes eu vejo que as pessoas querem muito que continue o programa de governo que nós inauguramos no país há um ano." — disse o presidente.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, ex-ministro da Transparência, afirmou logo após sua posse que a operação Lava Jato não é um programa de governo, mas de Estado, e que sua continuidade está garantida: "A Lava Jato é um programa de Estado, não é coisa de governo, nem do Ministério Público. (…) O Brasil é institucional, não é personalista. Seja quem for, na Operação Lava Jato, na Polícia Federal, no Ministério Público Federal, o programa continuará. Ele não depende de pessoas", completou.
Questionado sobre a permanência de Leandro Daiello como diretor-geral da Polícia Federal, Jardim afirmou que ainda não conhece o diretor e a própria instituição e que qualquer mudança só será feita depois dessa avaliação em pelos menos dois meses. O novo ministro negou que sua indicação para a pasta signifique qualquer intenção do governo de "blindar" as investigações da Lava Jato.