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Reinaldo Azevedo

Governos que não são fortes apelam aos militares, afirma FHC

Reinaldo Azevedo

27/02/2018 18h09

Ao ser questionado sobre a escolha de um general da reserva do Exército para ocupar o cargo de ministro da Defesa, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que "na América Latina, há casos de governos que utilizaram os militares para se fortalecer". "Governos, sobretudo quando não são fortes, apelam para os militares", disse nesta terça-feira, 27, citando como exemplo o final do governo do ex-presidente chileno Salvador Allende.

A declaração de FHC foi dada durante o primeiro evento da série 'A Reconstrução do Brasil' do Fórum Estadão, realizado nesta terça em São Paulo. "No passado, colocar um civil na Defesa era símbolo de qual poder prevalece."

"Em várias ocasiões (no meu governo), houve pressão para fazer intervenção na segurança nos Estados. Não fiz intervenção porque elas paralisam as reformas constitucionais", disse FHC, que defendeu uma mudança na maneira de os governos enfrentarem o problema das drogas no País. "A questão da segurança está ligada à corrupção. A questão do tráfico de armas é tão grande quanto a da droga. Tem de enfrentar a questão da droga de maneira diferente, não apenas repressiva."

Nessa segunda-feira, 26, o governo anunciou o general Joaquim Silva e Luna para comandar o ministério da Defesa, ocupando a vaga de Raul Jungmann, deslocado para assumir o recém-criado Ministério da Segurança Pública. Desde 1909, quando foi criada, é a primeira vez que um militar assume a pasta da Defesa. A mudança e a criação de um novo ministério foram decisões tomadas pelo governo após a intervenção federal na segurança no Rio de Janeiro.

Comento mais tarde a notícia acima, que li no Estadão.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.