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Reinaldo Azevedo

Alckmin se retrata de declaração infeliz sobre tiros. Agora, sim! Doria ainda não retirou a sua, não menos desastrada

Reinaldo Azevedo

30/03/2018 02h23

O governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência e presidente do partido, retratou-se nesta quinta da declaração infeliz dada na quarta sobre os tiros que atingiram dois ônibus da caravana de Lula, no Paraná, terça. Ouvido a respeito, Alckmin saiu-se com um péssimo "colheram o que plantaram". João Doria, prefeito de São Paulo, que o acompanhava também falou bobagem: "O PT sempre utilizou da violência, agora sofreu da própria violência. Mas não recomendo ovos, e sim prisão para ele [Lula]". Critiquei os dois aqui duramente por isso (os textos estão aqui) e cobrei que se retratassem.

Alckmin tentou consertar a fala pouco depois, mas continuou rebarbativo, driblando a retratação. Nesta quinta, foi explícito no Facebook:
"Nesta semana, houve uma polêmica sobre o ataque à comitiva de Lula. No dia, fui perguntado sobre o clima tenso das últimas semanas, mas não sabia do ocorrido. Apenas critiquei o discurso de 'nós contra eles' do PT. Condeno veementemente a violência contra quem quer que seja."

Ah, agora sim!

Numa entrevista, o governador repetiu esse conteúdo e ainda acrescentou que espera que os criminosos sejam punidos.

A reportagem da Folha afirma que a pergunta, naquele dia, foi clara e se referiu a tiros.

Bem, seja como for, o governador faz agora a coisa certa. Admite, na prática, que foi imprudente. Pessoas decentes não podem condescender com a violência. Ponto final.

Que eu saiba, até agora, Doria não se retratou.

Ainda há tempo. Afinal, a violência bate à porta das campanhas.

 

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.