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Reinaldo Azevedo

Como Barbosa não é a bailarina e tem remela; preferiu conservar sua vida privada longe do embate público. Ele deve ter os seus motivos

Reinaldo Azevedo

09/05/2018 06h27

Há uma questão a mais a ser considerada na decisão de Joaquim Barbosa. Candidatos costuma ter sua vida pessoa escrutinada por adversários e pela própria imprensa. É um dos preços que se pagam na vida pública.

Há políticos brasileiros que só podem ganhar com uma eventual devassa de sua privacidade. Tantas são as máculas reais ou de que são acusados que uma revisão corre o risco de encontrar um aspecto positivo ou outro. Mas há o contrário: heróis da opinião pública como Barbosa ou, sei lá, Sérgio Moro, só teriam a perder com esse procedimento.

Afinal, para lembrar uma música de Edu Lobo e Chico Buarque, políticos não são como a bailarina do imaginário coletivo, que nem remela tem. De perto, é muito difícil manter a fama de herói. Barbosa preferiu conservar a sua vida privada longe da curiosidade pública.

Ele deve saber por quê.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.