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Reinaldo Azevedo

Defesa de Lula está dividida, mas que se note: é ele quem decide o caminho; a escolha é, até agora, pouco realista: pede-se só o impossível

Reinaldo Azevedo

29/06/2018 08h04

A defesa de Lula, como se noticia em toda parte, está dividida. Sepúlveda Pertence, ex-ministro do Supremo e amigo do ex-presidente, aposta num caminho que vislumbraria, em algum momento, até mesmo a prisão domiciliar em lugar da prisão em regime fechado, como hoje. Não é uma alternativa fácil porque, com efeito, a domiciliar integra o conjunto de medidas cautelares do Artigo 319 do Código de Processo Penal, alternativas à prisão preventiva, que consta do Artigo 312. E o petista não está em preventiva. O recolhimento domiciliar não é regime de cumprimento de pena, a menos que o detento não tenha condições de enfrentar os hoje disponíveis: fechado e semiaberto. Até onde se sabe, as condições de saúde de Lula são boas. Consta, ainda, que ele não aceitaria essa alternativa porque, a seu juízo, condescender com ela seria aceitar a pena que lhe impõem. E ele se diz inocente. Assim, por orientação de Lula, a vertente que tem prevalecido na defesa é a que tenta, a um só tempo, a sua soltura e a viabilização de sua candidatura à Presidência. E é justamente neste ponto que o petista se encontra com a perdição.

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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.