MILITARES 1: Governo erra, mistura Previdência e carreira e cria o 1% X 99%

O presidente Jair Bolsonaro; ao fundo, fora de foco, um militar. Presidente entrega proposta de reforma da categoria e gera mais confusão do que solução

Veio à luz o projeto de reforma da Previdência dos militares. Líderes de todos os partidos exigiram que o texto fosse apresentando como condição para que a PEC da Reforma, aquela que vai mudar as regras de aposentadoria para os trabalhadores da iniciativa privada e servidores civis, começasse a tramitar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Vai dar confusão. Por inexperiência política, erro de cálculo, pressão dos quarteis ou as três coisas somadas, o Planalto comete um erro essencial, que chega a ser inacreditável: misturou um plano de reestruturação da carreira dos militares com as alterações nas regras de passagem para a reserva. Aí as coisas se complicam, a conta fica feia, e o desequilíbrio entre o sacrifício imposto aos fardados e aos demais trabalhadores se torna evidente. A aprovação do conjunto da obra ficou difícil. Muita coisa vai ter de mudar. Do modo como fez o governo, um número salta aos olhos: da economia que Paulo Guedes diz querer fazer em 10 anos — R$ 1 trilhão —, os militares colaboram com 1%. Ocorre que seu sistema representa 15,37% do rombo. O encaminhamento não é inteligente.
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