MILITARES 5: Até líder do PSL protesta; Bolsonaro insiste na defesa errada
As reclamações já estão em todo canto. O líder do PSL na Câmara, delegado Waldir (GO), afirmou por exemplo: "Nós estaremos analisando; sabemos que vem uma reestruturação de cargos que traz gastos públicos; a liderança vai ver se existe equidade com as demais carreiras policiais e aí dialogar". Notaram? Ele nem falou como líder da legenda a que pertence o presidente, mas como representante dos policiais. Como já observei aqui, parte considerável da bancada do partido é ligada à Polícia. Afirmou, por sua vez, o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA): "A gente tem que ter cuidado porque a proposta não pode ser seletiva. Temos que dar o mesmo tratamento a civis e militares sob pena de contaminar o ambiente [de votação]. Fico preocupado quando se fala em reestruturação de carreira. Será que era o momento adequado para se tratar disso?" Bolsonaro sustentou, em conversa com os parlamentares, que as perdas dos militares vêm desde o governo FHC e, segundo ele, chegariam a 70%. Não se sabe a origem dessa conta. Afirmou: "Se os senhores buscarem a medida provisória e somarem com o que chegou agora, podem ter certeza que é uma reforma previdenciária muito mais profunda que essa do regime geral. Esse é o apelo que faço aos senhores. Ao analisarem essa proposta, levem em conta a que está lá atrás também". Ele se refere a uma MP que, em 2001, extinguiu benefícios como auxílio moradia e promoção automática. Notem que ele insiste em confundir benefícios da carreira com aposentadoria. De resto, os números do próprio governo não endossam a informação sobre o tal "sacrifício maior".
O Brasil precisa da reforma. Mas o governo precisa errar menos.