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Reinaldo Azevedo

BOLSONARO E OLAVO 1: Trump chutou bruxo; Mito deu 2 pastas a “fake Bannon”

Reinaldo Azevedo

22/04/2019 23h12

Steve Bannon (à dir.), o verdadeiro, em encontro com o "Fake Bannon". À sua maneira, dois gigantes…

Donald Trump que é Donald Trump pegou o seu Olavo de Carvalho, que atende pelo nome de Steve Bannon, e lhe meteu um pé no traseiro. E olhe que aquele teve, na campanha eleitoral do então candidato do Partido Republicano um peso que Carvalho jamais chegou a ter na corrida de Bolsonaro. Vamos ser claros? Adélio Bispo de Oliveira fez pela eleição do "Mito" — como reconheceu Flávio, o agora filho senador, de imediato, ao declarar, minutos depois da facada, que o pai estava eleito — muito mais do que o tal Bruxo da Virgínia. Não fosse aquele evento multiplamente infeliz, Bolsonaro estaria por aí, a proferir impropérios, longe do poder. Mas não se conta a história que não houve, por óbvio. Ele é presidente. E, à diferença de Trump, em vez de chutar seu "fake Bannon", o presidente brasileiro o entroniza no governo e lhe dá dois ministérios para brincar de astrólogo da direita populista: o das Relações Exteriores e o da Educação. E, ora vejam, num governo notavelmente ruim, esses dois ministérios são especialmente capengas, obra inequívoca dos "olavetes" que tomaram conta das respectivas pastas. No sábado, o canal de Bolsonaro no Youtube reproduziu um vídeo do ex-astrólogo que fuzilava os militares brasileiros. No domingo, o troço sumiu do canal presidencial. Mas o assentimento ao ataque estava dado. Bolsonaro nutre tentações autogolpistas, a exemplo de todo populista de extrema-direita. E, para tanto, não pode ser contido por ninguém. Nesta segunda, o presidente veio a público criticar Carvalho. Acho que, por enquanto, a emenda é ligeiramente pior do que o próprio soneto. Vamos ver.
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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.