SEM SIGILO 2: Base já é desordenada, e ministério cria problema adicional
A base de apoio ao governo no Congresso, em particular na Câmara, já é uma bagunça, e a reforma da Previdência está longe de ser a queridinha dos parlamentares — aliás, diga-se, nem mesmo do presidente da República. A semana vai começar com o governo analisando onde pode fazer concessões já na Comissão de Constituição e Justiça, o que não estava no script. A ideia inicial era que o texto chegasse inteiro à Comissão Especial porque se avalia, com correção, que quanto mais magro a ela chegar, mais esquálido de lá sairá. Mas não foi possível. O fantasma da derrota se desenhou, e será preciso negociar antes da hora. O próprio Paulo Guedes, ministro da Economia, admitiu que assim será. No fim de semana, diga-se, ele andou falando à imprensa, fazendo a defesa da reforma, quase propaganda mesmo. Aliás, se há coisa de que o presidente Jair Bolsonaro não pode reclamar é da falta de apoio dos meios de comunicação à proposta. O clima, na maioria das vezes, é de engajamento — em alguns casos, é de engajamento cívico mesmo, o que, obviamente, vai além do papel que cabe ao jornalismo. Uma coisa é reconhecer a necessidade da reforma — e eu reconheço, por exemplo; outra, distinta, é comportar-se, no espaço noticioso, como prosélito de uma causa. Uma coisa é certa: a proposta não é lá muito popular no Congresso. Ora, se a reforma é necessária, vamos convir, quanto mais informações para fundamentar essa necessidade, tanto melhor. Quem esconde dados quer exatamente o quê?
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