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Reinaldo Azevedo

Ruas acordarão para a Previdência. E loucos que vão xingando para o abismo

Reinaldo Azevedo

15/05/2019 21h58

A reforma da Previdência ainda não chegou às ruas. Começará a chegar agora. E da pior maneira possível. O governo preparou a plataforma, pelas mãos de Abraham Weintraub, quando esse provocador rasteiro resolveu tratar o contingenciamento de verbas das universidades como vingança e retaliação. O que poderia e deveria ter sido negociado com as universidades e tratado com cuidado se deu na base da porrada. Eis milhares nas ruas — numa manifestação, até agora, suprapartidária.

A pauta desta quarta centrou-se na educação, com o repúdio às declarações infelizes do ministro, do presidente, de seus filhos boquirrotos… Mas já deu para perceber o potencial para a diversidade de temas, num país com 14 milhões de desempregados, com a renda do trabalho em queda e com a economia estagnada — encolheu no primeiro trimestre.

E há, obviamente, terminais que ligam o contingenciamento de verbas para a educação à rejeição à reforma da Previdência. Nesse sentido, mais uma vez, cumpre lembrar de 2013 e 2014: muita gente queria as coisas mais diversas. O Brasil, a França e o mundo sabem que momentos assim requerem especial habilidade. Tudo o que não há. Bolsonaro tem um recado para as ruas: "Idiotas úteis, imbecis!".

Seus fanáticos nas redes e seus robôs aplaudiram a reação com entusiasmo.

Há loucos que vão sorrindo para o abismo. Outros vão xingando.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.