Governo prepara medidas para dar benefício fiscal para áreas turísticas
O governo prepara um pacote de medidas para tentar destravar investimentos no setor turístico. O plano, batizado de A Hora do Turismo, prevê incentivos fiscais para que redes hoteleiras, restaurantes e empresas do setor possam se instalar em determinadas regiões do País.
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A modelagem do pacote de estímulo foi apresentada ao presidente Jair Bolsonaro pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e o presidente deu autorização para que os estudos sejam aprofundados. Ainda faltam ajustes, mas a ideia, afirmou o ministro ao Estado, é editar uma medida provisória nas próximas semanas.
O plano estabelece a figura das "áreas especiais de interesse turístico", nas quais empresas do setor estariam habilitadas a receber benefícios tributários. Segundo o ministro, a União contribuiria com descontos de até 50% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e no Imposto de Importação para produtos sem similar no Brasil.
Mas, para que uma "área especial" seja criada, Estados e municípios também terão de abrir mão de parte de sua arrecadação. Conforme a minuta apresentada a Bolsonaro, na "área especial", as empresas receberão descontos de 50% no ICMS, que é um imposto estadual, e no ISS, tributo arrecadado pelas prefeituras.
Haverá ainda outra vantagem para as empresas que venham a se instalar nessas áreas: o licenciamento ambiental simplificado, com redução de etapas e de tempo de análise, e a permissão para que ele seja realizado, inclusive, por procedimento eletrônico. Esse licenciamento seria então regulado posteriormente pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo ICMBIO, disse o Ministério do Turismo.
Segundo o ministro, a definição das áreas será feita em conjunto com os Estados e os municípios que decidirem aderir. Marcelo Álvaro Antônio disse que serão critérios rigorosos, mas ainda a serem definidos. Em princípio, qualquer região poderá se candidatar, mas o governo levará em consideração aspectos como a proximidade com aeroportos, acesso a estradas duplicadas e atrativos naturais para conceder o benefício.
Algumas regiões devem encontrar outras resistências para se transformar em áreas especiais. É o caso de Angra dos Reis, balneário no Rio de Janeiro, já mencionado por Bolsonaro diversas vezes como de potencial turístico pouco explorado. Lá, seriam necessários ajustes na legislação ambiental, explicou o ministro.(…)
Por Renata Agostini, no Estadão.