Topo

Reinaldo Azevedo

ENTENDA O STF 2: “Não” à suspeição consolidaria vale-tudo no processo penal

Reinaldo Azevedo

26/06/2019 07h38

Sérgio Moro e Deltan Dallagnol: dupla decidiu governar o Brasil ao arrepio da lei. Até onde podem ir?

Então Lula não sofreu uma terrível derrota nesta terça-feira?

Tivesse sofrido, penso que a direita e a extrema-direita moristas estariam mais calmas. Questão de lógica elementar. Ademais, sabe-se lá por quais desígnios, uma parte ao menos da sessão do Supremo só existiu por insistência da defesa de Lula — na verdade, insistência do próprio ex-presidente, apurou este blog — em ver julgado o habeas corpus que trata da suspeição de Sergio Moro. Tudo o mais constante e de acordo com o status da segunda-feira, a questão nem iria a julgamento. Mas o petista fez questão. Se a derrota é verdadeira, então ele a teria cavado.

Ocorre que as coisas não se deram dessa maneira. Trava-se uma espécie de guerra de trincheiras.

A liberdade de Lula, a rigor, era o que havia de menos importante nos embates desta terça — embora, por óbvio, esta seja uma questão relevante para ele. O tema principal era a suspeição de Moro. Também isso passaria por questão corriqueira não fosse o fato de que, a depender do resultado, o que se estaria consolidando seria um método que destrói os fundamentos do devido processo legal. Como veem, a coisa começa a ficar mais complexa.

Uma nota sobre a saída de Lula da cadeia, que está preso porque condenado em segunda instância no processo do tal tríplex: em setembro ou outubro, a depender da contagem que se faça, cumpre um sexto da pena em regime fechado. Terá direito ao semiaberto. Na ausência de presídio adequado, vai para prisão domiciliar. Agora vamos aos HCs.
Continua aqui

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.