Coaf pode ir para BC nesta 2ª; Leonel volta à Receita. Mas em qual cargo?
O governo pode enviar ainda hoje a Medida Provisória ao Congresso que transfere o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para o Banco Central. O conselho será composto apenas de servidores do BC. Isso implica que Roberto Leonel, olhos e braços de Sergio Moro e de Deltan Dallagnol no órgão, será devolvido à Receita, onde é funcionário de carreira.
O problema só muda de lugar. Ele voltará para a área de inteligência no Paraná? Continuará a fazer o que fazia quando operava em parceria com Deltan Dallagnol? Parece-me evidente que este senhor não tem condições mínimas de exercer um cargo de confiança e de ter acesso a material sensível — vale dizer: é preciso que se lhe tolham eventuais prerrogativas de acessar dados sigilosos dos brasileiros.
Caso a MP não seja enviada hoje, Leonel tem de ser afastado já.
Moro perde ainda outra, digamos, agente no Coaf: a delegada da Polícia Federal Erika Marena, que já responde pelo DRCI, Departamento de Recuperação de Ativo e Cooperação Internacional. É a policial que conduziu aquele inquérito do horror na Universidade Federal de Santa Catarina, que teve como desdobramento o suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier no dia 2 de outubro de 2017.
Foi preso, humilhado e impedido de entrar na universidade. Era inocente! Quem diz? O próprio inquérito da doutora. E por que foi preso e teve a reputação enlameada? Cabe indagar ao Ministério Público, à delegada Marena e à juíza Janaina Cassol, que autorizou a prisão.
Sergio Moro deve ter visto no conjunto da obra um belo trabalho. Tanto que levou Marena para o Ministério da Justiça, em função de ponta, e também para o Coaf.
Em matéria de Estado de Direito, eis um verdadeiro monstro…