Plano de privatização não passa ainda de cantiga de ninar liberais com sono
Por enquanto, o programa de privatização de Paulo Guedes é um nana-neném da turma que não quer o Estado empresário. Eu não quero. Mas não estou com sono. E, quando me vêm com a conversa de que "a Cuca vem pegar", peço as provas: "Cadê a Cuca? Mora onde?" Não existe plano nenhum de privatização, além de conversa procrastinadora.
Estão na lista:
– Casa da Moeda
– Eletrobras
– Lotex (Loteria Instantânea Exclusiva)
– Telebras
– Correios
– Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo)
– Ceasaminas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais)
– Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo)
– Emgea (Empresa Gestora de Ativos)
– ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias)
– Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados)
– Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social)
– CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos)
– Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.)
– EBC (Empresa Brasil de Comunicação)
– Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada)
– Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo)
Não estão prontos nem os estudos de viabilidade econômica — traduzindo: dados objetivos que podem orientar os investidores.
Como narra a Folha, o caso da Lotex — também conhecida por "Raspadinha" — é exemplar. Imaginava-se que pudesse valer R$ 1,4 bilhão. Feitos os devidos estudos, baixou-se a expectativa para R$ 600 milhões. Mesmo assim, ninguém quer.
Lembram-se das privatizações de Paulo Guedes, que poderiam render um R$ 1 trilhão? 2019 chegará ao fim sem que se privatize uma agulha. Mas o importante é manter o show. Aí, se preciso, manda-se brasa: "Podemos privatizar até a Petrobras". E pronto!
A privatização, então, ganha alguns títulos na imprensa e vira cantiga de ninar de quem dorme com facilidade.