Salles quer força-tarefa pró-Amazônia que inclui madeireiras e mineradoras
O Ministério do Meio Ambiente quer criar a Força-Tarefa Pró-Amazônia, reunindo Ministério da Defesa, Polícia Federal, a Fundação Nacional do Índio (Funai), Agência Nacional de Mineração, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Secretaria de Patrimônio da União.
Além de entidades do terceiro setor ligadas à preservação da Amazônia, a força-tarefa incluirá empresas e associações com interesses econômicos na região, como madeireiras e mineradoras.
O objetivo, disse o ministro Ricardo Salles ao UOL, é "olhar a questão do desmatamento da Amazônia como um todo, em todas as frentes, e transformar em realidade a história de que floresta em pé vale mais do que floresta deitada".
Ele prevê reuniões quinzenais e espera que as primeiras medidas sejam anunciadas dentro de um mês.
O anúncio da iniciativa governamental ocorre no contexto de uma crescente deterioração da imagem preservacionista do Brasil no exterior.
Pesaram para isso o aumento nos índices de devastação da Amazônia, as críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e por Salles à Alemanha e à Noruega (principais doadores do Fundo Amazônia) e a demissão do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão que monitora o desmatamento.
Também o nome do ministro, alvo de uma investigação sobre enriquecimento ilícito, atrai controvérsia. Ele contesta a acusação, que atribui à reforma de um apartamento declarada à Receita Federal. (…)
Por Diego Schelp, na Folha.