Irã nega estar por trás de ataques a petrolíferas sauditas
O Irã rejeitou as acusações dos Estados Unidos de que estaria por trás dos ataques com drones a instalações petrolíferas na Arábia Saudita, que podem levar a uma redução de metade da produção diária de petróleo saudita.
Apoiados pelo Irã e há cinco anos em confronto com a coalizão militar da Arábia Saudita, os rebeldes houthis xiitas do Iêmen assumiram a autoria dos ataques contra instalações da gigante estatal Aramco no sábado (14). Mas o governo americano argumenta que os ataques vieram do Irã e que mísseis de longo alcance podem ter sido usados.
No sábado, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou o Irã de envolvimento com o episódio. Segundo ele, não há qualquer prova de que "o ataque sem precedentes contra o fornecedor mundial de energia" tenha origem no Iêmen.
Mesmo assim, Washington não descarta a possibilidade de um encontro entre o presidente Donald Trump e o líder iraniano, Hassan Rowhani.
Kellyanne Conway, conselheira da Casa Branca, afirmou que os ataques "não ajudavam" a perspectiva de uma reunião entre os dois chefes de Estado durante a Assembleia Geral da ONU, neste mês, mas deixou a possibilidade em aberto. "Vou deixar o presidente [Trump] anunciar um encontro ou não", Conway disse à rede de televisão Fox News. Trump não fez nenhum comentário sobre os ataques.
Maior exportador mundial de petróleo, a Arábia Saudita tenta restabelecer o nível normal de produção de petróleo bruto. A ofensiva provocou incêndios em Abqaiq, maior instalação de processamento de petróleo no mundo, e em Jurais. Os ataques causaram uma redução e 5,7 milhões de barris por dia na produção, ou seja, o equivalente a 6% do abastecimento mundial. Analistas acreditam que o barril do petróleo terá alta entre US$ 5 e US$ 10 na segunda-feira (16).
A Arábia Saudita comanda uma coalizão militar sunita que age no Iêmen contra os rebeldes houthis desde 2015. Os sauditas culpam os xiitas iranianos por ataques anteriores e acusam o Irã e armar os rebeldes iemenitas. Teerã nega a participação. O confito do Iêmen já levou a mais de 7 mil mortes, muitas causadas por ataques aéreos sauditas, usando armas americanas.
(…)
Na Folha