No seu último dia, Dodge denuncia fraude em investigação sobre Marielle
Em seu último dia no cargo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspeitos de fraudar as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Gomes.
Entre os implicados está o conselheiro afastado do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro) Domingos Brazão.
Dodge pediu ainda a abertura de inquérito para apurar se o conselheiro foi o mandante do assassinato, cujos executores já foram apontados pela Polícia Civil do Rio.
Outro pedido foi o de que as investigações sobre a encomenda do duplo homicídio sejam federalizadas.
Para a procuradora-geral, que encerra seu mandato à meia-noite desta terça, ainda há uma imensa dificuldade em investigar e elucidar quem são os mandantes.
Além de Brazão, segundo Dodge, estão entre os acusados um funcionário do gabinete dele, uma advogada e um delegado da Polícia Federal aposentado. Os denunciados são, além de Brazão, Gilberto Ribeiro da Costa, Rodrigo Jorge Ferreira, Camila Moreira Lima Nogueira e Hélio Khristian Cunha de Almeira. Se o STJ abrir a ação penal requerida por Dodge, eles vão responder pelos crimes de obstrução de Justiça, favorecimento pessoal e falsidade ideológica.
Eles teriam atuado para que a linha inicial da investigação fosse desvirtuada, levando a Polícia Civil a suspeitos que não eram os verdadeiros autores do crime. (…)
Na Folha.