Depois da invasão, quem tem vergonha na cara retira assinatura da Lava Toga
Será que a ação destrambelhada de Roberto Barroso fortalece a tese da CPI da Lava Toga?
Bem, com um mínimo de vergonha na cara, nem precisa muita coisa, os senadores que hoje são signatários do requerimento retiram suas respectivas assinaturas. Se a mantiverem, não honram o mandato que têm e os Estados que representam.
"Não entendi, Reinaldo! Barroso não é um ministro do Supremo, e não é justamente um ministro do Supremo a autorizar uma ação amalucada no Senado?"
Não. Quem autorizou a ação contra Bezerra não foi um ministro do Supremo, mas um ministro da Lava Jato.
É assim que Barroso tem se comportado na Casa.
Os que assinaram o requerimento em favor de uma CPI inconstitucional não têm como alvo, por óbvio, um Barroso. Seu objetivo é atingir os ministros que consideram adversários da operação. Quais? Ora, os que seguem os ditames constitucionais.
Vale dizer: o pedido de CPI é a chicana promovida por aqueles que querem colar seu nome à operação.
Vocês imaginam, por caso, Álvaro Dias (Podemos-PR) ou o tal Alessandro Vieira (Cidadania-SE) a protestar contra a ação de Barroso?
O mais provável é que o grupo silencie. Talvez seus integrantes alimentem a esperança de que, ao se comportar como contínuos da operação, fiquem a salvo de qualquer ato intimidatório.
Gente tarada por guilhotina sempre acha que o próprio pescoço não corre nenhum risco. Não é o que ensina a história.
Assim, ao contrário de certa suposição, o arreganho autoritário de Barroso evidencia ainda mais o absurdo da tal Lava Toga.
Quem invadiu o Senado e a Câmara foi a Lava Jato. Por intermédio da autorização dada por um de seus esbirros.
Depois da invasão, quem tem vergonha na cara retira a assinatura da Lava Toga. Ou se comporta como vândalo da Casa congressual de que faz parte.