Liberdade de imprensa 2: Moro volta a dar pistas de que interfere na PF
A Polícia Federal é formalmente subordinada ao Ministério da Justiça. Não cabe, por óbvio, ao titular da pasta — no caso, Sergio Moro — manifestar-se sobre inquérito em curso ou concluído. Mas Moro se despediu do pudor faz tempo: já era assim quando titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. O homem foi às redes sociais para escrever o seguinte: "Jair Bolsonaro fez a campanha presidencial mais barata da história. Manchete da Folha de S. Paulo de hoje não reflete a realidade. Nem o delegado nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram algo contra o PR [presidente da República] neste inquérito de Minas. Estes são os fatos".
Como lembra a Folha, "não é a primeira vez que Moro sugere ter tido informações sobre o inquérito sigiloso do caso dos laranjas. Em junho, Bolsonaro afirmou ter recebido informações do ministro da Justiça sobre a investigação em curso. Na ocasião, o ministério chegou a admitir que Moro repassou dados ao presidente, mas depois mudou a versão, dizendo que só trataram do que havia sido divulgado pela imprensa."
Ocorre que a Polícia Federal sugeriu ao Ministério Público a abertura de uma nova investigação, centrada especificadamente em Álvaro Antônio. Pergunta: Moro tentará, contra a lei, ter acesso à investigação para controlá-la? Desde a redemocratização, não se tem notícia de uma PF submetida a esse vexame.
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