Planalto vê operação contra Bivar como "justa causa" para deixar PSL
Em busca de uma solução jurídica, o presidente Jair Bolsonaro pretende utilizar a operação desta terça-feira (15) da Polícia Federal em endereços ligados ao presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, como argumento de que há justa causa para que deputados aliados deixem o partido sem perder o mandato.
O laranjal do PSL, como ficou conhecido, foi revelado pela Folha em uma série de publicações desde o início do ano. A PF abriu investigações após as reportagens, e o esquema deu início a uma crise na legenda e tem sido um dos elementos de desgaste entre o grupo de Bivar e o de Jair Bolsonaro, que também estuda como deixar o partido.
Apesar desse discurso, Bolsonaro mantém no cargo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, indiciado pela PF e denunciado pelo Ministério Público por três crimes no esquema dos laranjas.
Como definiram auxiliares presidenciais, a investigação contra Bivar se tornou uma espécie de "bala de prata" que o presidente precisava para reforçar a crítica de que falta transparência da cúpula nacional da sigla na administração dos recursos do fundo partidário, o que, segundo assessores palacianos, deve ser explorado pela equipe jurídica de Bolsonaro.
Na mesma linha, deputados bolsonaristas comemoraram o timing da operação. Eles dizem que a deflagração enfraquece o grupo de Bivar, que se reuniria nesta terça-feira para decidir sobre a expulsão de membros do partido. Nas palavras de um parlamentar, o fato de o atingido ser Bivar avaliza a tese da justa causa.(…)
Na Folha.