Um documentário trata da pré-história destes dias sombrios. Assistam!
O espetáculo grotesco a que assistimos tem um marco importante: o insano ano de 2013, que precisa ser pensado e revisitado com cuidado.
Francisco Bosco e Raul Mourão fizeram um documentário a respeito, que será apresentado nesta terça, em São Paulo, na 43ª Mostra Internacional de Cinema. Certamente vale a pena assistir a "O Mês que Não Terminou".
O depoimento deste escriba está lá.
Ainda não vi. Concorde ou não com a leitura dos realizadores, certamente têm o que dizer. Não conheço Mourão. Francisco Bosco integra o grupo nem tão vasto de pensadores lúcidos nestes tempos sombrios. Dei meu depoimento a ele.
Tenho, vamos dizer assim, as minhas teses a respeito, devidamente registradas em, sei lá, mais de centena de textos sobre aquele julho que não terminou. Eu as expus a Bosco. Nem sei se concordamos a respeito porque, por óbvio, ele me deixou falar em vez de tentar me impor a sua visão de mundo.
As ilusões estupidamente disruptivas que acabaram elegendo Bolsonaro se adensaram ali. Basta revisitar os fatos — esta é a minha leitura; a do filme, não sei — para constatar: foram movimentos de esquerda que resolveram, então, forçar os limites da institucionalidade e acender o estopim.
Descobriram, para seu desaire e do país, que também à direita há os dispostos a romper a corda da ordem democrática.
De fato, nunca foi pelos vinte centavos… Havia e há coisas bem mais caras em jogo.
É um caso raro em que recomendo o filme mesmo sem ainda tê-lo visto.
Nesta terça, às 21h30, na Sala 1 do Espaço Itaú de Cinema Augusta.