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Reinaldo Azevedo

Barroso foi, sim, contratado por R$ 46,8 mil pelo TCE de Rondônia; ele negou o fato em conversa com jornalista. Quem mente?

Reinaldo Azevedo

29/03/2018 21h21

Vejam isto:

À diferença do que o ministro Roberto Barroso, do Supremo, afirmou à colunista Mônica Bergamo, da Folha, ele foi, sim contratado por um órgão público — o Tribunal de Contas do Estado — para conferir uma palestra pelo nada módico pagamento de R$ 46.800,00.

À jornalista, ele afirmou:
"Não tenho a menor ideia de que valor é este. É um valor completamente fora do padrão, fora do que eu cobro."

Parece desculpa de mensaleiro e da turma do petrolão: "Eu não sabia".

Ainda voltarei ao tema para demonstrar que se trata de uma resposta bastante precária.

Bem, abaixo vai a página do Tribunal de Contas de Rondônia, que oficializa a contratação sem licitação, já que o tribunal acha que Barroso é dotado de "notório saber jurídico".

Não, não se trata de uma página fake. Também não foi a "turma do Temer" que me passou o documento.

Não! Ele é público. está no Diário Oficial, aqui. aqui.

Alguém está mentindo nessa história?

Será que o TCE publicou uma mentira em seu Diário Oficial? Nesse caso, recomendo a Barroso, um homem sabidamente preocupado com a moralidade, que não vá conferir palestra a mentirosos.

Será que o ministro está mentindo? Nesse caso, recomende ao TCE que o desconvide porque não fica bem a um tribunal de contas contratar a palestra de quem não zela pela transparência nas contas.

Será que a empresa que faz a intermediação está mentindo?

Ah, sim: o ministro até pode conferir palestra remunerada? Uma horinha a quase R$ 50 mil, com dinheiro saído dos cofres públicos para um homem que se mostra um fanático da probidade?

Ainda volto ao tema.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.