Operação da PF apura uso indevido de informações privilegiadas pela JBS
A Polícia Federal (PF) em ação conjunta com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deflagrou hoje pela manhã a Operação Tendão de Aquiles para investigar se empresas do Grupo J&F como a JBS e a FB Participações fizeram uso de informações privilegiadas em transações de mercado financeiro ocorridas entre abril e maio deste ano, em período próximo à delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista e o executivo Ricardo Saud.
A delação dos Batista gerou a crise do governo Michel Temer e do PMDB comprometeu Aécio Neves e levou à prisão sua irmã Andrea Neves. Os irmãos da JBs estão livres da prisão, não serão processados na Lava Jato e estão autorizados pelo acordo com o MPF e PGR a viver em Nova York.
A CVM já investiga as operações das empresas no mercado em onze inquéritos. A Operação investiga a venda de ações de emissão da JBS S/A na Bolsa de Valores, por sua controladora, a empresa FB Participações S/A, no final do mês de abril, em período concomitante ao programa de recompra de ações da empresa, reiniciado em fevereiro de 2017 e a compra de contratos futuros de dólar na Bolsa de Futuros e no mercado de balcão, entre o final de abril e meados de maio de 2017. Na semana passada, R$ 800 bilhões da empresa foram bloqueados pela Justiça de São Paulo.
A PF cumpre três mandados de busca e apreensão e nas empresas do grupo JBS S/A e quatro mandados de condução coercitiva de executivos da empresa, expedidos, a pedido da PF, pela 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
A J&F confirmou a ação da PF, disse que vai colaborar com as investigações e nega irregularidades, dizendo que é dever da empresa acompanhar o mercado e proteger-se de variações cambiais.