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Reinaldo Azevedo

Temer: o melhor pronunciamento; presidente cobra respeito às leis e entre os Poderes

Reinaldo Azevedo

12/06/2017 23h13

https://www.youtube.com/watch?v=4Lr5NBdE8G4

O presidente Michel Temer fez nesta segunda o seu melhor pronunciamento. Gravou um vídeo, que está nas redes sociais, em que toca em todos os aspectos relevantes do país. Vejam. Volto em seguida.

Ao pé deste comentário, segue a íntegra da fala do presidente. Foi uma fala institucional, serena e correta.

O presidente começou exaltando o julgamento havido no TSE, observando tratar-se da decisão livre de um Poder. Bem, até aí, ok. Gostei mesmo é do que veio depois: tal liberdade "é possível em razão do mandato conferido pela Constituição às instituições públicas."

Bingo! Quem verdadeiramente tem o mandato são as instituições públicas. Há gente que acha bonitinho trocar de nhonhô: antes, eram os petistas; agora, é o Ministério Público. Bem, vim ao mundo sem "sinhozinho" e não estou disposto a tê-lo.

Temer não tocou, obviamente, no assunto Abin/Fachin, mas negou, na prática, que tenha ordenado qualquer investigação contra o ministro do Supremo ou compactuado com ela: "Sob meu governo, o Executivo tem seguido fielmente essa determinação. Não interfiro nem permito a interferência indevida de um poder sobre o outro. Em hipótese alguma, nenhuma intromissão foi ou será consentida." A resposta estava dada.

O presidente lembrou, com correção, que seu governo pôs para andar reformas de que precisamos há décadas. E, na prática, pergunta a quem interessa derrubá-lo. Afirmou: "Justamente no momento em que saímos da mais grave crise econômica de nossa história, quando havia sinais claros de que as reformas teriam maioria no Congresso Nacional, assacaram contra meu governo um conjunto de denúncias artificiais e montadas."

Como já cansei de dizer aqui, nem tudo o que vem depois é causado por aquilo que vem antes, né? Mas uma coisa é certa: alguns setores vislumbraram a possibilidade de o governo Temer dar mais certo do que aquilo a que parecia destinado no início. E aí sobreveio a bagunça de Rodrigo Janot e Edson Fachin com Joesley. Sob o silêncio de Cármen Lúcia. A economia já sente literalmente na carne. Ainda volto a isso.

E o presidente insistiu nas reformas, ciente de que essas podem ser as grandes conquistas de sua gestão — ainda vou sugerir mais um tema… para ele: "Com o apoio do Congresso Nacional, espero obter vitórias importantes para o país nas próximas semanas. Tanto na modernização trabalhista, quanto na reforma da previdência. Com coragem e determinação, estou convencido de que alcançaremos nossos objetivos: retomar o crescimento e o emprego sobre as bases sustentáveis e seguras do conjunto de reformas mais ambiciosas e necessárias das últimas décadas. O Brasil não pode esperar, o Brasil não vai parar."

É claro que Janot e seus " dallagnois" não se deram por vencidos. A saga golpista certamente prosseguirá. Mas é bom que essa turma tenha clareza  de que há mais gente de olho.

Segue íntegra da fala do presidente

Minhas amigas e meus amigos,Na última semana assistimos à demonstração da vitalidade da democracia brasileira, com o funcionamento pleno e livre do poder Judiciário. Essa força não surge do acaso. Ela é possível em razão do mandato conferido pela Constituição às instituições públicas.

Desde o início de meu governo, tenho insistido que observemos os princípios fundamentais de independência e harmonia impostos pela Constituição Federal.

Nas democracias modernas, nenhum poder impõe sua vontade ao outro.

O único soberano é o povo e não um só dos poderes. E muito menos aqueles que, eventualmente, exerçam o poder.

Sob meu governo, o Executivo tem seguido fielmente essa determinação. Não interfiro nem permito a interferência indevida de um poder sobre o outro. Em hipótese alguma, nenhuma intromissão foi ou será consentida.

A agenda de reformas é o resultado mais visível do respeito mútuo e do diálogo constante mantido entre o poder Executivo e o Congresso Nacional. Meu governo tirou do papel reformas necessárias há décadas sobre temas fundamentais para o crescimento justo e sustentável em nosso país.

A Presidência que busca ser democrática é aquela que conta com o apoio de uma base parlamentar unida em torno de medidas inadiáveis para transformar o presente e o futuro do Brasil.

Meu apego à independência e à harmonia entre os poderes tem resultados expressivos. As reformas promovidas já recolocaram nosso país nos trilhos do crescimento.

Essas reformas promovem a modernização das relações de trabalho e corrigem um sistema previdenciário injusto e desigual, combatendo privilégios.

Justamente no momento em que saímos da mais grave crise econômica de nossa história, quando havia sinais claros de que as reformas teriam maioria no Congresso Nacional, assacaram contra meu governo um conjunto de denúncias artificiais e montadas.

O estado democrático de direito não admite que as instituições públicas e seus responsáveis cometam ilegalidades sob quaisquer justificativas. Na democracia, a arbitrariedade tem nome: ilegalidade.

O caminho que conduz da justiça aos justiceiros é o mesmo caminho trágico que conduz da democracia à ditadura. Não permitirei que o Brasil trilhe este caminho.

Não vou esmorecer. Seguirei liderando o movimento em favor da aprovação da agenda de reformas econômicas, políticas e sociais que está recolocando o Brasil no caminho da prosperidade e do crescimento.

Com o apoio do Congresso Nacional, espero obter vitórias importantes para o país nas próximas semanas. Tanto na modernização trabalhista, quanto na reforma da previdência. Com coragem e determinação, estou convencido de que alcançaremos nossos objetivos: retomar o crescimento e o emprego sobre as bases sustentáveis e seguras do conjunto de reformas mais ambiciosas e necessárias das últimas décadas.

O Brasil não pode esperar, o Brasil não vai parar."

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.