Fato, não “fake news” 2 – Estudo sobre custo e eficácia prova o que se disse aqui sobre Temer
Como vocês viram, o professor Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas, publicou neste domingo, na Folha, texto sobre um estudo seu que evidencia que o presidente Michel Temer estabeleceu a melhor relação entre o custo de governança e as votações no Congresso. Vejam lá no jornal e no meu blog como é que ele chegou ao chamado Índice de Custos de Governo. Para vocês terem uma ideia, o desembolso para Lula administrar a sua base era mais de cinco vezes superior ao de Temer — precisamente, 518,18%. O atual presidente, pois, estabeleceu a melhor relação entre o gasto para esse fim e medidas aprovadas no Congresso.
No dia 30 de abril, escrevi neste blog, ao comentar números de uma pesquisa Datafolha, o que segue:
A gestão Temer pode vir a ser a mais injustiçada da história. "Injustiçada por quem?" Pela população, ora essa! "Mas, Reinaldo, nas democracias, pode-se dizer algo assim? Pode-se dizer que o povo foi injusto?" Perguntem ao Churchill que não foi reconduzido ao cargo na primeira eleição depois da vitória na Segunda Guerra.
Nas democracias, o povo é sempre soberano. Mas isso não quer dizer que seja sempre justo. Aliás, na maioria das vezes, é injusto e faz besteira. Mas é o que temos, caras e caros. Ninguém inventou nada melhor. Para ficar em Churchill: "A democracia é a pior forma de governo, excetuando-se todas as outras que já foram tentadas.
No dia 16 de dezembro de 2016, há quase um ano, portanto, escrevi na Folha uma coluna cujo título era "Agenda do governo Temer avança, apesar da histeria dos porras-loucas". E lá se podia ler o seguinte:
Temer está no governo há menos de quatro meses. Há muito tempo, o país não via uma agenda que fizesse sentido. Ou que fosse composta de escolhas que caminham numa mesma direção.
E eu fazia, então, o elenco das realizações do governo em tempo tão curto. As barbaridades da holding "JJ& F" — Janot, Joesley e Fachin" — só viriam a público em maio, mas a pressão sobre o presidente já era grande. Escrevi então:
Ministros do STF, por exemplo, concedem liminares ilegais com mais ligeireza do que César atravessou o Rubicão. São os Césares de hospício! Procuradores têm a ousadia de convocar as ruas contra o Congresso, exibindo algemas como credenciais políticas. Parlamentares sonham com retaliações…
Ainda assim, nesse pouco tempo, o governo Temer conseguiu:
a – aprovar uma PEC de gastos que, quando menos, impedirá o Brasil de virar um Rio de Janeiro de dimensões continentais:
b – aprovar na Câmara a medida provisória do ensino médio, depois de enfrentar um cipoal de mistificações e desinformação;
c – aprovar a MP do setor elétrico, área especialmente devastada pelo governo de Dilma Rousseff, a dita especialista;
d – aprovar o projeto que desobriga a Petrobras de participar da exploração do pré-sal –e contratos já foram fechados sob os auspícios do novo texto;
e – aprovar a Lei da Governança das Estatais, que é o palco principal da farra;
f – apresentar uma boa proposta de reforma da Previdência, que vai, sim, enfrentar muita resistência;
g – no BNDES, ultima-se o levantamento do estrago petista, e o banco se prepara para retomar financiamentos.
Obviamente, sei o que me custou e tem custado andar na contramão de uma espécie de psicose coletiva que tenta nos impedir de ver o óbvio. E não que a vida esteja fácil e que os brasileiros tenham muitos motivos para comemorar. Mas estamos saindo do buraco. E isso se deve, sim, a escolhas certas que o presidente Temer está fazendo.
O texto publicado na Folha neste domingo, que remete a um estudo sério, dá uma medida objetiva a essa eficiência do governo. Eficiência, reitero, dentro do que é possível fazer.
Temer deve deixar o hospital Sírio Libanês nesta segunda. Sabe que, não fosse o coquetel de canalhices e ilegalidades que o colheu em maio, é bem provável que o país tivesse encaminhado uma reforma política digna do nome — com voto distrital misto já a partir de 2022 e uma forma decente de financiamento de campanha. Não foi possível. Também a reforma da Previdência já teria deslanchado. Infelizmente, os conspiradores malucos roubaram isso dos brasileiros.
Ainda assim e a despeito de todas as dificuldades, os números o exibem fartamente, o governo funciona, apesar dos que apostaram no caos: esquerda, direita xucra, setores da imprensa, oportunistas e até alguns togados.
Mas aí está. FHC, Lula ou Dilma… Nenhum deles tem lições a dar ao presidente sobre governança. E nenhum deles, é fato, viveu circunstâncias tão dramáticas.
Que cesse a sabotagem para que o país possa avançar. Temer passará a faixa a seu sucessor ou sucessora no dia 1º de janeiro de 2019. O golpismo perdeu. E os números da relação do presidente com o Congresso ajudam a explicar por quê.