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Reinaldo Azevedo

Garotinho, Rosinha e presidente do PP são presos; ex-governador acusa dupla Cabral-Zveiter

Reinaldo Azevedo

22/11/2017 14h24

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho já está um quartel do Corpo de Bombeiros, onde vai ficar detido depois de ser preso nesta quarta, junto com a mulher, a também ex-governadora Rosinha Garotinho. Os dois são acusados, junto com o presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues, e outras cinco pessoas, de integrar organização criminosa, que arrecadava recursos de forma ilícita. Estas também tiverem a preventiva decretada. Segundo o MPF, o esquema incluía extorsões, e haveria até um braço armado do grupo para cuidar da arrecadação.

Garotinho e Rosinha são acusados de corrupção passiva, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais. Oito empresas estariam envolvidas no esquema de caixa dois, incluindo a JBS. O empresário André Luiz da Silva Rodrigues, delator do esquema, afirmou que uma das companhias das quais ele é dono fechou um contrato fictício com a JBS no valor de R$ 3 milhões. Em um encontro para discutir os pagamentos, o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro da Silva, conhecido como Toninho, que seria ligado à família Garotinho, teria recebido o empresário no carro com uma pistola no banco do passageiro e uma outra entre as pernas.

O agente determinou que fosse sacado todo o valor depositado, mas o empresário se recuou. Afinal, saques acima de R$ 100 mil reais têm de ser previamente comunicados aos bancos. O executivo, então, teria passado a fazer os saques em parcelas e a repassar os valores ao policial aposentado. De acordo com o Ministério Público, a JBS teria se comprometido a pagar R$ 20 milhões em caixa dois ao PR, partido do casal Garotinho, para que a sigla apoiasse a reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff. O ex-governador não teria recebido os recursos em um primeiro momento, mas, depois de se queixar com o presidente da legenda, Antônio Carlos Rodrigues, Garotinho teria conseguido R$ 3 milhões da empresa.

A defesa de Garotinho emitiu a seguinte nota:
"Querem calar o garotinho mais uma vez

O ex-governador Anthony Garotinho atribui a operação de hoje a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter.

O ex-governador afirma que tanto isso é verdade que quem assina o seu pedido de prisão é o juiz Glaucenir de Oliveira, o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho, no ano passado, logo após ele ter denunciado Zveiter à Procuradoria Geral da República.

Garotinho afirma ainda que nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime algum e, conforme disse ontem no seu programa de rádio, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e Jorge Picciani, durante a primeira prisão do deputado em Benfica. Na ocasião, o presidente da Alerj teria afirmado que iria dar um tiro na cara de Garotinho.

Agora, a ordem de prisão do juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com sua esposa para Benfica, justamente onde estão os presos da Lava Jato.

Cabe frisar que essa a operação à qual Garotinho e Rosinha respondem não tem relação alguma com a Lava Jato."

 

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.