Antecipação decidida pelo TRF4 dá a Lula chance de articular discurso de um partido de resistência; PT renasce dos escombros
"Vou percorrer esse país, virar esse país de ponta-cabeça, porque somente um governo democrático, popular, eleito pelo povo é capaz de colocar jovens brancos e negros da periferia na universidade, índio na universidade, e fazer o Brasil voltar a ser respeitado no mundo inteiro. Sendo candidato ou não, eles vão ter que nos engolir em 2018. Eleição é bom por isso: a gente erra, a gente acerta, mas é muito melhor errar e voltar".
O autor dessas palavras? Luiz Inácio Lula da Silva, em ato político no Sindicato dos Bancários, em Brasília.
O conjunto da obra expõe os pilares de uma postulação e de um jeito de fazer política. É o PT de volta, a crescer sob a sombra frondosa do estrago que a Lava Jato provocou no processo político.
Notem: aí está o partido que pretende deter o monopólio da representação das minorias — entendidas como "os pequenos", e Lula sabe que fala num país de maioria ainda pobre. Não por acaso, ele discursa num aparelho sindical, e essas entidades seguem sendo a espinha dorsal da legenda.
O PT estava moribundo. Saiu quase morto das eleições de 2016. Mas aí a Lava Jato como um todo, Rodrigo Janot em particular, com Edson Fachin como coadjuvante, resolveram dar um rapa no processo político. E Lula e o PT ressuscitaram.