LULA NA CADEIA 2: Ao não cumprir sua obrigação, deixando de pautar votações, Cármen tenta constranger pares do STF
Uma vez recolhido Lula à prisão, crescerá a pressão para que o Supremo vote as ações que estão paradas no tribunal. Ao não pautar as matérias, a presidente da Certe, Cármen Lúcia, resolveu constranger seus pares com uma espécie de fato consumado, buscando intimidá-los. Cumprisse a sua obrigação, correria o risco de ser vista pelo antipetismo e pelo antilulismo como aquela que facultou ao ex-presidente a chance de adiar a prisão — na hipótese, claro!, de que o tribunal assim entendesse por maioria. Com o petista na cadeia, Càrmen — que é favorável à execução antecipada da pena — testa se colegas seus têm o couro duro o bastante para arcar com a pecha de "aqueles que soltaram Lula".
O conjunto da obra é muito pouco edificante. Notem: não sei o que fará a maioria do Supremo nesse caso. Na hipótese de reiterar o exotismo de que a execução provisória não fere a presunção de inocência, uma vez preso, preso Lula ficaria sem haver mais apelo (a não ser aquele próprio à ultima instância) — afinal, nesse caso, é certo que o habeas corpus também seria rejeitado. Ocorre que existe, sim, a chance de a maioria decidir o contrário, o que implicará a libertação do petista depois de passar algum tempo na cadeia. A menos que Prima Carminha pretenda jogar as três ações no arquivo morto…