A pressão em favor da votação das ADCs já está dada e é legítima, claro!, desde que não caia na tentação de aderir à violência
Ora, como o previsto, a pressão para que se votem as ADCs, ações que têm efeito vinculante e que resultarão, quando votadas, na libertação de Lula se preso ele estiver, já está em todo canto. Por mais que setores radicalizados das redes sociais e alguns antipetistas remunerados estejam vibrando, todo mundo sabe que parcela do tribunal atropelou a normalidade com o objetivo de prender Lula. E qual era a normalidade? Votar as Ações Declaratórias de Constitucionalidade. Nesse caso, Rosa Weber será o sexto voto contra a execução antecipada da pena.
E quando isso vai acontecer?
Nos planos de baixo maquiavelismo de Cármen Lúcia, empurra-se a situação com a barriga para o colo de Dias Toffoli, que assume o tribunal em setembro. Pergunta óbvia: se Lula for preso daqui a alguns dias, será que o tribunal aguentará cinco meses de pressão? E que se note: se as manifestações não forem tornadas ilegítimas pela violência — o MST já está prometendo botar para quebrar, literalmente —, as pressões serão absolutamente legítimas. A menos que alguém considere que, por se tratar do petista, devem-se ignorar os pruridos morais e legais.
Notem: a crescimento da tensão vai se dar por hora. Agora o tempo passa a ser essencial. Cármen não pode mais fugir às suas responsabilidades. As suas opiniões soberanas, ela as exerce por meio dos seus votos — e não impedindo seus pares de votar.