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Reinaldo Azevedo

Barroso não se faz de rogado e, como era óbvio, prorroga pela 2ª vez inquérito sobre decreto dos portos; investigação já mudou de objeto

Reinaldo Azevedo

08/05/2018 07h49

Na outra frente de assédio ao presidente Michel Temer, que também contempla afrontas à lei, Roberto Barroso, relator no Supremo do caso do decreto sobre os portos, prorrogou por mais 60 dias o inquérito conduzido pelo delegado Cleyber Lopes. Nesse caso, investiga-se se Temer beneficiou, com a edição da lei, uma empresa chamada Rodrimar. Trata-se da segunda prorrogação. Era certo como a luz do dia que Barroso concordaria com o pedido do delegado, com quem passou a ter linha direta.

Nessa frente, Temer é investigado por um ato cometido no curso do mandato. A ilegalidade está em outro lugar. Ao autorizar a quebra do sigilo bancário do presidente, ao arrepio do parecer da Procuradoria Geral da República e atendendo apenas ao pedido do delegado, Barroso determinou que a ação fosse retroativa a 2013, quando o agora presidente não estava no exercício do mandato. As duas prorrogações, cada uma de 60 dias, arrasta a investigação até o começo de julho, a três meses da eleição.

Esse é o tal "inquérito mutante". Como a investigação não encontrou evidências de benefícios à Rodrimar, que era a acusação inicial, então se aproveitou para lançar suspeitas sobre imóveis que são de propriedade do presidente.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.