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Reinaldo Azevedo

Ciro do PT 2 – Para ele, preço de combustíveis não pode seguir cotação internacional do barril de petróleo. Volta do dilmismo à Petrobras?

Reinaldo Azevedo

23/05/2018 08h06

No encontro com os prefeitos, Ciro Gomes, pré-candidato do PDT a Presidência, aproveitou para tirar uma casquinha do preço dos combustíveis:
"Se a Petrobras produz petróleo, não podemos cotar o barril de petróleo na composição do preço do combustível a Roterdã, eu tenho que cotar quando custa o barril de petróleo para a Petrobras".

Para ele, o preço tem de se basear no custo da produção, com o acréscimo da remuneração do imobilizado e do lucro, "em linha com competidores do mesmo porte". A que competidores da Petrobras ele se referia? Não ficou claro. Inexistem no Brasil. De resto, é precisamente o que vem fazendo a empresa. Quando ela entrega gasolina e óleo diesel, o petróleo é a matéria prima, compõe o preço. E esse preço tem de ser o da cotação internacional, ainda que seja a própria Petrobras a extraí-lo.

Vale dizer: o palavrório supostamente técnico de Ciro e só um jeito de dizer que, se eleito presidente, ele vai dar uma de Dilma Rousseff: usara o preço do combustível como instrumento de política econômica.

Lula não será candidato. O candidato de Lula será Ciro. E isso traz uma desvantagem no cotejo das duas figuras. Embora Lula seja ainda a pessoa pública mais influente do país, é intelectualmente menos vaidoso do que Ciro. Não petistas que trabalharam com o ex-presidente já me disseram: "Ele tem ao menos a virtude de saber que não sabe um monte de coisas". Ciro é mais afinado com a linha Dilma: é um verdadeiro especialista em tudo aquilo que ignora. Uma agenda torta temperada pela vaidade é o caminho do capeta.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.