Megaempresário dos transportes confessa o locaute: “Se houver caminhões da Dalçóquio por aí, pode meter fogo”. Vai acontecer o quê?
Em meio à greve, que é locaute, destaca-se a figura singular de um empresário, que, consultem o Google, vive escoltando o deputado Jair Bolsonaro. Trata-se de Emílio Dalçóquio, cuja família, e ele também, é dona da transportadora Dalçóquio, uma das maiores do país, com sede em Santa Catarina. Em vídeo que circula na Internet, ele aparece falando sobre um palanque. E diz com todas as letras:
"Se houver caminhões da Dalçóquio por aí, pode meter fogo".
https://www.youtube.com/watch?v=SN7eUjg243U
Logo, os caminhões da Dalçóquio "não estão por aí". Parece haver a clara confissão de locaute.
Oficialmente, ele é apenas sócio da empresa, que pertence à família. Estaria afastado da direção. O grupo emitiu uma nota, leio no NSC Total, que é estranha. Diz que a posição de Emilio é de "cunho único e exclusivamente pessoal". No entanto, a empresa afirma entender e apoiar "o momento de União Nacional, na busca de uma nova política de preços dos combustíveis, dentre outros pleitos mais, o que se faz necessário, dada a realidade deste destacável setor da economia". A transportadora diz ainda atender "o chamamento das autoridades públicas, objetivando o abastecimento dos órgãos vitais para a sociedade em geral".
Como? Atender o chamamento das autoridades? Para os "órgãos vitais"? A Dalçóquio disputa mercado, certo?, não atende a chamamento. Parece que na nota em que nega vínculos com Emílio, está a confissão algo enviesada de… locaute.
Ou o governo faz valer a lei ou vira um fantoche. E é nisso que querem transformá-lo.