Usar oscilações de mercado como termômetro do fim do mundo corresponde a conferir aos especuladores o estatuto de grandes profetas
Quem previu o fim do mundo, na sexta, com as ações da Petrobras caindo 15% e se comportou como aquela personagem da música de Assis Valente — foi logo "beijando a boca de quem não devia" — teve motivos ontem para voltar atrás. A confirmação de Ivan Monteiro da Presidência da empresa, também pelo conselho, que era dada como certa, fez com que as ações disparassem, fechando na casa dos 8%. Salvo algum boato sobre ataque aos cofres da empresa, a recuperação deve continuar hoje. Usar as oscilações de mercado como termômetros do fim do mundo corresponde a conferir a especuladores a condição de profetas. E, como a gente sabe, eles são apenas pessoas empenhadas em ganhar dinheiro com as inseguranças alheias. Afinal, o mercado é um definidor de preços, sem o qual o mundo vai à breca, mas não é uma ética, não é uma moral, não é uma teologia.