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Reinaldo Azevedo

Não existe solução fácil para a crise criada por refugiados venezuelanos em Roraima; fluxo é muito distinto daquele dos haitianos

Reinaldo Azevedo

07/08/2018 16h36

Venezuelano cozinha em abrigo improvisado da cidade de Mucajaí, interior do estado de Roraima – foto: Eduardo Anizelli/ Folhapress

Que fique claro: não existe solução fácil para a questão. Por mais que o Brasil e a ONU, do lado de cá da fronteira, tomem as devidas providências, não há nada que se possa fazer do lado de lá. O regime venezuelano entrou em colapso e já não consegue garantir nem o mínimo necessário em alimentos e condições de vida para manter seu povo nas fronteiras do país. Ainda que possa parecer incrível, já que vou falar aqui de uma país ainda mais pobre do que a Venezuela, o fluxo de haitianos que entrou no Brasil, via Acre, depois de longa peregrinação, tinha características diferentes dos venezuelanos. Com alguma frequência, eram profissionais de nível médio, que deixavam uma nação destruída em busca de melhores condições de vida. Havia algum planejamento na decisão de imigrar.

Com os venezuelanos, a coisa é um tanto diferente. Estão sendo tangidos pelo desespero e pela mais brutal de todas as razões: a fome, que é também a pior conselheira do comportamento.
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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.