MDB transformou tragédia venezuelana em politicagem, diz governadora de Roraima
Quatro anos após ser eleita sob a sombra do marido —segundo ele próprio—, o ex-governador Neudo Campos, a governadora de Roraima Suely Campos (PP) tenta a reeleição sob a justificativa de que agora tem um legado próprio para defender.
Boa parte de seu discurso, no entanto, é de antagonismo ao que diz ter prejudicado sua gestão: a onda migratória venezuelana, as respostas do governo federal para essa crise e o adversário da família, o senador Romero Jucá (MDB), que ela diz ter a intenção de "manter o caos" no estado.
"A crise se concentra em Roraima e o Brasil fechou os olhos para essa tragédia social", afirma, em entrevista por e-mail à Folha.
"O que o governo federal está fazendo com a fronteira livre, sem nenhum empecilho inclusive para os criminosos, é um estelionato de imagem de escala mundial", critica.
Em sua gestão, Suely chegou a editar um decreto que restringia serviços públicos a venezuelanos e pedir à Justiça o fechamento temporário da fronteira. As duas medidas tiveram decisões contrárias do STF.
Suely, que substituiu Neudo a menos de um mês do primeiro turno, quando ele foi barrado pela Lei da Ficha Limpa, afirma que a população já sabe fazer a distinção entre ela e o marido, que foi condenado por peculato atualmente recorre em prisão domiciliar.
"Estamos vivendo agora o governo Suely e eu vou para eleição defendendo o meu legado", diz. (…)
Por José Marques, na Folha.