DALLAGNOL 4: Agora o buliçoso procurador tenta se descolar do discurso bolsonarista e, ao mesmo tempo, provar ao PT que é isento...
A verdade inescapável é que Deltan Dallagnol percebeu o quadro de radicalização a que foi conduzida a sociedade brasileira e burro não é. Setores do MPF imaginaram que poderiam ser, vamos dizer assim, o "establishment" de Bolsonaro, se este for eleito. Já está claro que não seria assim. As denúncias da Lava Jato ajudaram a destruir seus adversários, mas sua metafísica passa longe do poder das togas. No caso de vitória do PT, isso soará em muitos nichos como uma espécie de julgamento da Lava Jato — aquela que, com frequência, têm promovido verdadeiros julgamentos extrajudiciais.
E o doutor tenta, então, evidenciar a isenção da Lava Jato, que levou, não por seus acertos, mas por seus erros, o país à beira do abismo. E até critica os políticos que falam em defesa da operação:
"O enfrentamento à corrupção promovido pela Lava Jato jamais foi moralista. A Lava Jato tem atuação técnica, imparcial e apartidária em processos judiciais. Em uma segunda dimensão, buscou uma mudança das condições que favorecem a corrupção no Brasil. E nem nessa dimensão foi moralista, porque atuou sobre políticas públicas. A luta contra a corrupção tem um aspecto moral. Agora, esse não é o enfoque do trabalho dos procuradores da Lava Jato, que tem uma dimensão técnica e de política pública. O que é ilegítimo é usar isso como um instrumento, de modo hipócrita, num discurso que não se confirma por atitudes e comportamentos, para alcançar interesses próprios."
Pois é, Menino Maluquinho! Agora Inês é morta! Ou vence o PT, e vocês perdem. Ou vence Bolsonaro, e vocês são coniventes, mas fora do poder.
Não adianta se esquivar.