Convém saber que segundo turno é uma outra partida; ela carrega apenas o saldo moral de gols. Bom seria confronto de propostas, né?
Bolsonaro e Haddad vão para a disputa final num certame que, de saída, parece bastante desigual. Afinal, um deles ficou a quatro pontos de vencer no primeiro turno. O outro ficou bastante distante. Obviamente, o petista entra como não-favorito. O PT tem experiência de vencer batalhas de segundo turno. Mas, nas quatro vezes em que venceu, largou na dianteira. Não é o caso desta vez. De todo modo, é outra disputa. O candidato do PSL vai ter de se expor mais. Terá o que antes não tinha: um horário eleitoral. Há os debates. Sua participação ainda é incerta. Haddad, em seu discurso, falou em uma espécie de movimento em favor da democracia, independentemente de óbices ideológicos. Bolsonaro fez acenos explícitos a mulheres, gays e negros, mas para acusar o adversário de querer dividir o Brasil. Bom seria que, finalmente, houvesse uma confrontação de propostas que tirasse o país ou do retrovisor ou de um proselitismo estridente que produz muito calor e pouca clareza.