Roger Waters fala em censura e retoma protesto contra Bolsonaro
Na Folha:
Em seu segundo show no Brasil com a turnê "Us + Them", Roger Waters repetiu, nesta quarta (10), a manifestação contrária à diversos políticos que marcou a apresentação de terça.
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) estava de novo entre eles, com uma diferença: nesta segunda sessão, houve referência a uma censura de conteúdo do show, sem que se determinasse o suposto censor.
Entre as diversas frases exibidas em um telão durante a apresentação com repertório da banda britânica Pink Floyd, que teve Waters como baixista, guitarrista e vocalista, apareceu a mesma lista de nomes de políticos exibida na apresentação de terça (9). Incluía-se o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e a advogada Marine Le Pan, candidata derrotada nas últimas eleições na França.
Mas, no lugar onde, na noite anterior, estava cravado o nome de Bolsonaro, apareceu uma tarja em que estava escrita a frase "ponto de vista político censurado". A tarja sumiu apenas por uma fração de segundo, e o público pode ver que, debaixo dela estava, o nome Bolsonaro.
O coro cantando "ele não" veio com força nesse momento, ainda que a adesão não tenha sido completa. Houve vaias tímidas. Em resposta à manifestação contra o presidenciável, logo depois, um grupo começou outro coro: "Ei, Lula, vai tomar no cu".
A primeira dica de que aconteceria o protesto de Waters veio quando ele entoou Another Brick in The Wall" acompanhado por crianças vestidas com camiseta onde se lia "resist", ou resista.
Logo após a canção, começaram os coros contra Bolsonaro na plateia. Era a metade do show e houve um intervalo. Waters saiu do palco e, no telão, foram exibidas mensagens pedindo resistência. "Resista a Mark Zuckerberg", "Resista ao lixo despejado nos oceanos", "resista ao neofascismo", "resista àqueles que lucram com as guerras".
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