Longo contencioso entre aliados explica reação de Cid; o PT nunca usou da reciprocidade com Ciro; neste ano, Lula retirou PSB do pedetista
Vamos ser claros, não? Há nisso tudo um contencioso que não é recente. Nas vésperas de 2010, Ciro chegou a entabular conversas com Lula para testar as possibilidades de uma aliança com o PT e de ser ele, então, o candidato de uma frente de esquerda. O chefão petista escolheu Dilma. Em 2009, Ciro, então no PSB, chegou a mudar seu domicílio eleitoral para São Paulo, também em decorrência de conversações com os petistas. Quem sabe pudesse ser o candidato ao governo do Estado com o apoio do partido. Não deu certo, claro! Neste 2018, as conversações sobre uma possível candidatura do ex-governador do Ceará, com o combalido PT de vice, chegaram a ser feitas. Ainda que incrédulo, Ciro se viu tentado, em algum momento, a achar que a articulação poderia avançar. Havia pesos-pesados no petismo — e Jaques Wagner, senador eleito pela Bahia, era um deles — que defendiam que o partido deveria abrir mão da titularidade da chapa. Previa-se uma disputa difícil. Não custa lembrar: lá da cadeia, Lula passou uma rasteira no pedetista e lhe tirou o apoio do PSB.
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