Política externa e ignorância 2: Brasil obteve em 2017 primeiro superávit com EUA em oito anos; PT comprou adoidado dos americanos!!!
Jair Bolsonaro mimetiza de forma um tanto patética os passos de Donald Trump nos EUA, especialmente no que respeita à comunicação com o público. Conviria lembrar que o Brasil não é, digamos assim, o centro do capitalismo mundial nem pode se comportar como um dos vice-reis do mundo. A rusga de Bolsonaro com a China tem dois componente puramente Ideológicos:
a: ele acha que o país está investindo no Brasil de maneira predatória; segundo diz, os chineses estariam comprando o Brasil, não "do" Brasil;
b: está se alinhando com os EUA na sua querela com a China, o que é ridículo; a expansão do marcado chinês interessa ao Brasil. Afinal, não e Bolsonaro quem diz que devemos ser pragmáticos?
O curioso é que, junto com esse discurso anti-China, vem a pregação de que o Brasil precisa se aproximar mais dos EUA, como a sugerir que há alguma interdição ideológica na relação entre os dois países, que teria desdobramentos comerciais. Bem, isso é apenas uma mentira. O segundo destino de produtos brasileiros no ano passado foram os EUA, com exportações de US$ 26,9 bilhões, mas as importações somaram US$ 22,89 bilhões., com um saldo positivo para o Brasil de US$ 2,026 bilhões.
A conversa de que a ideologia trava as relações comerciais com os EUA é escandalosamente mentirosa, e os números o provam. O superávit obtido no ano passado foi o primeiro em oito anos. Entre os anos de 2009 e 2016, os americanos acumularam um saldo de US$ 47,801 bilhões nas trocas comerciais com o Brasil. Quatro desses anos, sob o governo do PT. A maior vantagem se deu em 2013: US$ 11,365 bilhões.
Quem tem pendências contra o Brasil na Organização Mundial do Comércio e costuma sobretaxar nossos produtos são os americanos, não os chineses. Por mais que venhamos a estreitar relações comerciais com os EUA, não há a menor chance de esse país superar a China nos benefícios do comércio bilateral.
Não importa quantos paparicos Donald Trump dirija a Bolsonaro, aí, sim, pautado pela pura Ideologia. Na hora do comércio, o presidente americano não apita. Falará, antes de tudo, o protecionismo que o próprio Trump implementa nos EUA.
Nota: o que vai no título serve, claro, para chamar a atenção para um fato. Não é o "PT" que comprou dos EUA. Foi o Brasil. O partido estava no poder e, como os dados evidenciam, não criou nenhuma dificuldade no comércio com aquele país. E isso é apenas um fato.