Striptease 2: Há otimismo nos mercados com algumas ideias-força; o problema é que, fora da macroagenda liberal, tem-se é só improviso
Há um otimismo no mercado com algumas ideias-força: o futuro governo quer cortar gastos (vamos ver como), quer enxugar a máquina (vemos ver como), quer fazer a reforma da Previdência (vamos ver como), quer instituir um novo regime de trabalho (vamos ver como), quer combater o crime organizado (vamos ver como), promete luta implacável contra a corrupção (vamos ver como), promete promover privatizações (vamos ver como)…
O problema é que, a cada hora, fala-se uma coisa diferente. Daqui a pouco, o otimismo com a derrota do PT, que havia se transformado no espantalho, se esgota.
Que se note: eu aplaudo os recuos havidos até agora. Na verdade, eu os recomendei aqui e em toda parte. A fusão de Agricultura e Meio Ambiente era mesmo uma tolice. A fim do Ministério do Trabalho agora era inconveniente. Insistir na reforma da Previdência ainda neste ano, mesmo parte dela, era um risco desnecessário. Transferir as universidades para Ciência e Tecnologia, uma temeridade. Acontece que tais mudanças de rumo, ainda que positivas, também denotam o óbvio: fora de uma macroagenda que se pretende liberalizante, e isso leva ao otimismo, não se tem noção clara de como funciona a máquina federal.
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