MINHA COLUNA NA FOLHA: Bolsonaro poderia ter Mozart na Educação, mas preferiu o Pestana, que atende por Vélez Rodriguez. É ridículo!
Quem é que tendo a chance de ter um Mozart na Educação corre o risco de nomear um Pestana? Resposta: Jair Bolsonaro, presidente eleito. Se você não conhece, leia o conto "Um Homem Célebre", de Machado de Assis.
Narra a história de um músico cuja ambição era ombrear com os grandes. Sentia na ponta dos dedos o frêmito antecipatório da grande obra, daquela que iria inscrever seu nome no panteão dos gênios.
Mas, ao compor, a única coisa que lhe vinha mesmo era polca. O homem era empurrado para o popularesco, não um mal em si, poder-se-ia dizer. O problema de Pestana estava na ambição de ser um… Mozart. Em vez de "A Flauta Mágica", ele dava à luz "Não bula comigo, nhonhô".
Todos acompanhamos o que se deu com o nome do excelente Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, cotado para assumir o Ministério da Educação no governo de Jair Bolsonaro.
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Bolsonaro já deixou claro que não tem compromisso com a boa turma nomeada por Paulo Guedes para a economia. Se vai dar certo, não sei. Até porque, convenham, "dar certo", tendo como referência o que precisa ser feito, não implica apoio popular.
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O eleito decidiu, no entanto, ser presidente mais do que plenipotenciário em pastas que considera tomadas por esquerdistas globalistas… Numa breve reunião com a futura bancada do PSL, afirmou que a "questão ideológica é mais grave do que a corrupção".
Mostrou ali, de novo, a vocação missionária. E, acreditem, essa pode ser fonte de mais instabilidade para seu governo do que os ajustes que precisam ser feitos na economia e que populares não serão.
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Não há equipe econômica que possa salvar um governo que prefira Pestana, que atende pelo nome de Ricardo Vélez Rodriguez, a Mozart. Resta uma pergunta: existe bolsonarismo sem essa fricção ideológica inútil, que só empurra o país para a guerra de todos contra todos?
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