PEZÃO PRESO, PALOCCI SOLTO 2: A questão não é saber se o governador é culpado ou não; fica para o julgamento. Há razão para a preventiva?
Estamos diante de uma das maiores manifestações de força do Partido da Polícia — que, de fato, venceu a eleição presidencial deste ano. Começo por Pezão. O delator Carlos Miranda o acusa de ter recebido R$ 150 mil de mesada do esquema de Sérgio Cabral entre 2007 e 2014. De acordo com a Procuradoria Geral da República, há provas de que ele teria levado, entre 2007 e 2015, pelo menos R$ 25 milhões. Segundo a PGR, o montante é incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal. Em valores atualizados, a grana equivale a pouco mais de R$ 39 milhões. O mandado de prisão preventiva foi expedido por Felix Fischer, ministro do Superior Tribunal de Justiça. O governador nega o crime. Serei eu a endossar a sua versão? Eu não! Meu ponto é outro. Meu ponto é a lei. Digamos que seja tudo verdade. A questão não é saber se Pezão merece ou não ser preso depois de devidamente processado e julgado. A questão é saber se há razões para a prisão preventiva. E é nesse ponto que as coisas se complicam.