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Reinaldo Azevedo

BOLSONARO E EU 1: Eleito cita coluna minha na Folha, no rádio e na TV, em que digo que ele acerta quando recua. Sim, eu tenho razão!

Reinaldo Azevedo

05/12/2018 17h00

Não esperava tal distinção assim tão cedo, mas, se veio, não tenho como recusá-la. Fui citado nesta quarta, em cena aberta, pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro. Falando sobre suas idas e vindas no governo, citou um jornalista, que ele afirmou ser de um "grande jornal do Rio de Janeiro", que "diz o tempo todo que eu acerto quando recuo". É uma referência a uma coluna minha na Folha, publicada no dia 16 de novembro. Sim, o jornal também "é do Rio" porque nacional, mas sua sede fica em São Paulo. Escrevi, na verdade, que ele só acerta quando erra e erra quando avança. Transcrevo trecho:
"Sou fã dos recuos de Jair Bolsonaro. Até agora, eu os defendi a todos, sem exceção, antes mesmo que o presidente eleito voltasse atrás. Fusão da Agricultura com o Meio Ambiente? Bobagem. Insistir numa reforma da Previdência ainda neste ano? Bobagem. Extinguir o Ministério do Trabalho agora? Bobagem. Transferir as universidades para o Ministério da Ciência e Tecnologia? Bobagem. O problema não está em mudar de ideia. Preocupante é não ter ideia do que fazer. (…) Ele acerta quando recua e erra quando avança."
Bolsonaro pode contar comigo. Há duas filas à sua frente: a dos puxa-sacos, que estão lá para aplaudi-lo quando ele diz uma coisa e depois o seu contrário, e uma outra, quase sem ninguém, dos que dizem o que pensam porque podem fazê-lo, porque têm independência intelectual e política e porque não são paus-mandados de alguns espertos nem de igrejas ideológicas. Estou nesse segundo grupo. Nem preciso acrescentar um "com a devida modéstia" porque somos tão poucos que a humildade decorosa faz-se até desnecessária.
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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.