BOLSONARO E EU 2: Não! Ele não me elogiava. Jornalista que é “elogio-dependente” de poderosos tem de mudar de profissão. E a “inculta e bela”
Não! Bolsonaro não estava, por óbvio, fazendo um elogio a este escriba. Quem é "elogio-dependente" de poderosos precisa mudar de profissão. Transcrevo a sua fala. Indagado se a Funai vai mesmo sair do Ministério da Justiça, Bolsonaro respondeu o seguinte:
"O Moro tá sobrecarregado lá. Eu não posso afirmar [se a Funai sai da Justiça] porque, se eu afirmo, e ele fica, vão falar que eu voltei atrás. Tem até um jornalista aí, de um grande jornal do Rio de Janeiro, que diz o tempo todo que eu acerto quando recuo. Então… Não quero dar essa oportunidade de pessoas 'más-intencionadas' (sic), que não engoliram ainda a vitória minha, tá certo?, que ficam aí me criticando".
A fala acima merece várias observações. Em primeiro lugar, destaque-se que o presidente eleito confirma, ainda que por meios oblíquos, o que já afirmei aqui: quem não quer a Funai é Sérgio Moro. Olhem ali o chefe a dizer que o subordinado está "sobrecarregado". Não fosse o ex-juiz a falar de sua sobrecarga, não haveria por que o chefe vir com essa história, não é mesmo? Em segundo lugar, esta na hora de Bolsonaro ter algumas aulas de gramatica com Lula. Cuidar da inculta e bela não faz um bom ou mau governo, é certo. Mas sempre há a força do exemplo. E me parece que é mais fácil Bolsonaro entender por que o certo é "mal-intencionadas", não "más-intencionadas". É um detalhe. Mas sempre espero de um militar da reserva de moral impoluta que sirva de exemplo aos jovens.
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