MORO E O MOTORISTA 6: Moro nem assumiu e já endossou atuação de investigado; isso, sim, é bastante impróprio
Afirmou sobre o caso:
"Vou colocar uma coisa bem simples. Fui nomeado para ministro da Justiça. Não cabe a mim dar explicações sobre isso. Eu acho que o que existia no passado de um ministro da Justiça opinar sobre casos concretos é inapropriado."
Fiquei curioso. A que ministro da Justiça, em particular, ele se refere? O caso do petroão foi desvendado na gestão petista e calcinou o PT e o governo Dilma. Até onde se sabe, cobrou-se, sim, de José Eduardo Cardozo que "desse um jeito na PF", e jeito, como se viu, não houve, certo?
Já o impoluto Moro nem assumiu e já acrescentou a sua biografia uma defesa do ministro Onyx Lorenzoni sem nem ter, ate onde se sabe, ciência do caso concreto: refiro-me à delação da JBS que o compromete com outra doação irregular de R$ 100 mil além daquela outra, de igual valor, já admitida pelo futuro ministro. Por essa, ele se desculpou, o que enterneceu o coração de Moro. Mais do que isso: expressou sua confiança pessoal no futuro colega do Ministério e observou que ele tem o benefício de ter defendido as Dez Medidas Contra a Corrupção, quatro delas fascistoides, como não cansarei de lembrar: virtual fim do habeas corpus, ampliação tirânica das possibilidades de prisão preventiva, validação de provas colhidas ilegalmente, teste de honestidade que induzia ao crime.
Parece-me que Sérgio Moro deu um jeito de interferir no caso antes mesmo de ser ministro. Vamos ver como se comporta depois.