EUNICE PAIVA 1: Nos 50 anos do AI-5, morre mulher do deputado Rubens Paiva, torturado e morto pela ditadura em 71. Heroína e guerreira

Eunice ao lado de Rubens Paiva: ele foi chamado para prestar um depoimento em 20 de janeiro de 1971 e nunca mais voltou
"Morreu uma heroína". Assim o jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva referiu-se à morte de sua mãe, Eunice Paiva, aos 89 anos. Vera, irmã de Marcelo, lembrou: "Ela foi uma guerreira, que reconstruiu a vida após uma tragédia, criou sozinha os cinco filhos. Morreu no dia dos 50 anos do AI 5, o que é muito significativo". As palavras dos filhos devem ser endossadas por todos os brasileiros que têm a democracia como um valor inegociável. Os que a amavam e os que admiravam o seu trabalho em defesa dos direitos humanos certamente não apontariam um bom dia para que morresse. Que a "inelutável das gentes", como Manuel Bandeira definiu a morte, lhe tenha chegado nos 50 anos da edição do AI-5 não deixa de ser uma homenagem que o acaso presta à coragem. Eunice era mulher do deputado Rubens Paiva.
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