OS BOLSONAROS E O TALIBAN 5: O que dizia mesmo a direita quando o MP queria cassar Deus do nosso dinheiro e símbolos cristãos?
Lembro-me de um post que escrevi em meu blog com críticas ao procurador Jefferson Aparecido Dias, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, de São Paulo. Em 2012, ele entrou com uma ação civil pública para retirar das notas de real a expressão "Deus seja louvado". Era o mesmo rapaz que se mobilizou para caçar e cassar todos os crucifixos de prédios públicos, lembram-se? Também foi ele que tentou, sem sucesso, levar o pastor Silas Malafaia às barras dos tribunais quando este protestou contra o uso de santos católicos em situações homoeróticas numa parada gay. Referindo-se a ações na Justiça, o pastor afirmou que a Igreja Católica deveria "baixar o porrete" e "entrar de pau" nos organizadores do evento. O contexto deixava claríssimo que se referia a ações na Justiça. O procurador, no entanto, decidiu acusar o religioso de incitamento à violência. Era tal o ridículo da assertiva que a ação foi simplesmente extinta.
Em sua ação, o doutor escreveu a seguinte barbaridade:
"A manutenção da expressão 'Deus seja louvado' […] configura uma predileção pelas religiões adoradoras de Deus como divindade suprema, fato que, sem dúvida, impede a coexistência em condições igualitárias de todas as religiões cultuadas em solo brasileiro (…). Imaginemos a cédula de real com as seguintes expressões: 'Alá seja louvado', 'Buda seja louvado', 'Salve Oxóssi', 'Salve Lord Ganesha', 'Deus não existe'. Com certeza haveria agitação na sociedade brasileira em razão do constrangimento sofrido pelos cidadãos crentes em Deus".
Sob o pretexto de defender a igualdade religiosa, o doutor promovia, parece-me óbvio, a intolerância. E, obviamente, expressei minha repulsa intelectual a seu pensamento. É a mesma repulsa que expresso agora. Indaguei, naquelas vezes, quando é que proporiam dinamitar o Cristo Redentor. Ou mudar o nome de São Paulo, São Sebastião do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo… Estamos diante, no caso da decisão do casal Bolsonaro, de um novo tipo de intolerância. Eu me opus às barbaridades antes. Oponho-me agora.
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