Chega de parolagem! Não se sabe por que se rompem barragens em áreas de visibilidade, mas se prega mineração em terras indígenas

Marcelle Porto Cagussu, 35 anos: ela era médica da Vale e trabalhava também no Hospital Regional de Betim
A última vez em que este governo recém-instalado falou em mineração, a proposta era liberar a prática em terras indígenas. É pouco provável que se tenha desistido da ideia. A ministra Damares Alves, responsável pela Funai, certamente já estudou o assunto a fundo, uma vez que não tem mais de dedicar o seu tempo à denúncia de hotéis-fazenda que, segundo ela, promovem a pedofilia ou a denunciar supostos especialistas holandeses que recomendariam a masturbação de bebês… Que dias! De volta. Em pouco mais de três anos, ocorreram dois acidentes monumentais em plantas de extração de minério da Vale, um dos potentados do mundo na área. E isso com uma legislação ambiental que, segundo esses novos patriotas, é madrasta da produção e trava o desenvolvimento do país. A pior de todas as ironias: em dezembro, com aprovação esmagadora do conselho estadual que cuida do assunto, a empresa conseguiu autorização para elevar a sua produção em mais de 70%. Recorreu-se a um truque para rebaixar a periculosidade da mudança e obter uma licença-relâmpago. Isso se deu no apagar das luzes do governo do petista Fernando Pimentel. E o escuro continua.
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