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Reinaldo Azevedo

ELEIÇÃO NO CONGRESSO 7: O bolsonarismo com miolos resolveu parar com ataque a Renan. Ou: é compreensível. Quem tem Flávio tem medo

Reinaldo Azevedo

01/02/2019 07h53

O bolsonarismo, exceção feita a algumas alas menos, como direi?, realistas deu uma refreada nas críticas de natureza moral a Renan Calheiros. É que o senador terá como um dos colegas de bancada ninguém menos do que Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o Primeiro Filho, que pode vir a ser atropelado a qualquer momento por seu passado. Até agora, segue sem explicação o imbróglio que envolve Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, aquele que movimentou R$ 7 milhões em três anos. Entre as suas lambanças financeiras, estão depósitos em sua conta feitos por funcionários do gabinete de Flávio quando deputado estadual, logo depois do pagamento dos salários feito pela Alerj. Na sequência, Fabrício sacava dinheiro vivo em caixa eletrônico. Pior: há uma área comum de trânsito, por assim dizer, entre Fabrício, Flávio e milicianos. Um deles, Adriano da Nóbrega, está foragido. Já foi condecorado pelo agora senador. Outro, que está preso, o major Ronald Paulo Alves Pereira, também já foi homenageado pelo Primeiro Filho. Os dois pertencem àquela que é considerada a milícia mais perigosa do Rio: o "Escritório do Crime". O grupo é suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). O ministro Marco Aurélio, diga-se, deve destravar a investigação contra Fabrício, suspensa pelo ministro Luiz Fux a pedido de Flávio. Pode até haver um ou outro bolsonaristas que vejam as milícias com simpatia, mas nem eles se sentem à vontade para justificar a vida financeira do novo senador. Como ficar xingando Renan disso ou daquilo? Afinal, quem tem Flávio tem medo.
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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.